Abrir uma poupança para os filhos logo depois do nascimento foi, por muito tempo, uma meta de pais que buscavam conforto financeiro para o futuro.
Com o crescimento da educação financeira entre os brasileiros e o acesso cada vez maior a diferentes tipos de investimentos, a ideia de abrir uma poupança já não é mais tão atrativa.
Agora, muitos pais buscam opções mais rentáveis e que possam, também, ser uma porta de entrada para criarem filhos que também serão futuros investidores.
Um levantamento feito pelo Instituto Locomotiva a pedido da XPeed no final de 2020 aponta que quatro em cada dez entrevistados (41%) passaram a pesquisar mais sobre educação financeira durante a pandemia. Para 47% dos participantes, a pandemia contribuiu para que fossem feitos mais planos sobre o futuro. E 53% apontaram que a chegada da Covid os incentivou a sair da zona de conforto.
Embora muita coisa ainda possa melhorar, é fato que a educação financeira ganha cada vez mais espaço na vida dos brasileiros.
Para começar a ensinar
Se os pais desejam, primeiro, ensinar seus filhos a lidarem com o dinheiro, é possível abrir uma conta corrente com cartão próprio na conta do adolescente, por exemplo. Esse primeiro passo é importante para que o menor de idade saiba administrar os valores que possui e aprenda a gastar apenas o que tem. Esse é um bom momento, também, para ensinar a guardar uma parte do que ganha e, no futuro, investir essas sobras.
O Banco Inter (BIDI), que alcançou o número de 14 milhões de clientes no terceiro trimestre de 2021, tem entre suas opções a abertura de uma conta Kids digital. Para abrir a conta, é preciso apresentar RG e CPF do menor de idade e dados do responsável. Nessa modalidade, o Inter libera apenas cartão de débito, ou seja, não será possível dar um cartão de crédito ao adolescente. Além disso, o menor de idade não poderá investir em ações pela plataforma do Inter.
Outras instituições como Banco do Brasil e Bradesco também têm a possibilidade de abertura de contas para menores de idade. No caso do Banco do Brasil, a conta é acessível a jovens com idade entre 12 e 21 anos incompletos e dá direito a cartão e cheque. O Bradesco ainda permite a "mesada programada" e o responsável pode inserir limite de movimentação diária na conta.
O empresário Alessandro Luiz abriu uma conta para a filha de 15 anos para ensiná-la a lidar com o que ganha. "Eu dou uma quantia fixa mensal, mas se ela fizer algumas tarefas em casa, como limpar a garagem, por exemplo, eu também recompenso e deposito o dinheiro na conta. Também ensino a administrar os valores e sempre deixar uma sobra para alguma emergência", conta.
Investimentos
Independente da idade, diversas corretoras já admitem a abertura de contas para menores de idade com a supervisão dos responsáveis. Nesse caso, é preciso que a criança ou adolescente tenha uma conta corrente. Ele pode ser titular ou segundo titular, mas é preciso vincular seu cadastro na corretora a uma conta corrente válida.
Para começar no mundo dos investimentos, o ideal é ensinar o jovem a estudar sobre o tema e desenvolver a consciência da importância de fazer o dinheiro render. Investimentos de renda fixa são a melhor forma de iniciar, já que possuem uma segurança maior em relação aos resultados.
O investimento em ações exige ainda mais estudo, por isso o ideal é que os pais comecem por opções mais conservadoras para, só depois, ensinarem os filhos a aplicarem na bolsa de valores.
Educação Financeira para jovens e adolescentes
Em agosto deste ano, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) divulgou um projeto para capacitação de professores do 9º ano do Ensino Fundamental e da 1ª série do Ensino Médio de escolas públicas municipais, estaduais e militares de todo o país. Com cursos gratuitos, através de uma plataforma online, os profissionais terão conhecimento para fazer com que temas como planejamento financeiro, gestão das finanças pessoais e investimentos façam parte do dia a dia de crianças e adolescentes.
Quer saber como ensinar educação financeira para o seu filho? Ouça o episódio do Mercado1M Entrevista: