As empresas brasileiras entraram de vez na bolsa de valores. Segundo levantamento da Bloomberg, já aconteceram 42 listagens de empresas na B3 até agora, movimentando mais de R$ 57 bilhões. O número é recorde e ultrapassa os bons índices de 2007, quando 60 empresas abriram seu capital e levantaram R$ 53,6 bilhões.
Segundo a Bloomberg, "a combinação de taxas de juros historicamente baixas no Brasil, uma recuperação econômica para a principal economia da América Latina após a crise da Covid e um setor de gestão de dinheiro local em expansão abriu o caminho para um aumento acentuado nas ofertas públicas iniciais".
Os IPOs realizados até o dia 04 de agosto representam avanço de mais de 400% em relação ao mesmo período de 2020, em comparação com um aumento de cerca de 110% para empresas sediadas nos EUA. Os números excluem veículos com cheque em branco.
Uma das últimas empresas a realizarem oferta pública inicial de ações (IPO) na B3 foi a Clearsale (CLSA3), que atua no mercado de soluções antifraude digital para segmentos como e-commerce, mercado financeiro, vendas diretas, telecomunicações e seguros. Precificadas a R$ 25 na oferta, as ações da companhia dispararam 20% logo na abertura, indo aos R$ 30.
Durante a cerimônia do IPO da Clearsale, no fim de julho, o CEO da B3, Gilson Finkelsztain falou dos números importantes alcançados pela bolsa em 2021.
“Estamos muito felizes em receber a ClearSale aqui na B3 e ver aumentar o número de empresas listadas na bolsa do Brasil. E hoje a festa é ainda maior porque chegamos à marca de 40 IPOs no ano, mostrando que o mercado de capitais entrou em definitivo no radar das empresas brasileiras interessadas em expandir suas atividades e encontram aqui na bolsa uma opção atrativa para captação de recursos”, disse Gilson Finkelsztain.
Nesta terça-feira (03), a Raízen (RAIZ4) fez o maior IPO do ano e precificou sua oferta inicial de ações a R$ 7,40 por papel, movimentando um total de R$ 6,9 bilhões. As ações da empresa começam a ser negociadas na quinta (05).