O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quarta-feira (13) que o governo irá enviar um avião à Índia para buscar 2 milhões de doses prontas da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela farmacêutica britânica AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, que serão entregues pelo Instituto Serum, uma das fabricantes do imunizante.
Pazuello afirmou que a ideia é que as vacinas retornem ao país no sábado (16), véspera do anúncio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a autorização ou não do uso emergencial das duas vacinas que fizeram o pedido até o momento, a AstraZeneca/Oxford e a Coronavac, produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
"É o tempo de viajar, apanhar e trazer, já está com documento de importação pronto […]. Então quando nós tivermos a posição da Anvisa, temos material para distribuir e temos capacidade para vacinar no país todo", disse.
A aérea Azul, que fará o transporte das doses, informou que o voo está programado para partir de Recife (PE) amanhã (14), às 23h, com destino a Mumbai. A carga é estimada em 15 toneladas. Serão 15 horas de voo, com desembarque previsto no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, por volta das 15h.
Moody's
A agência de classificação de risco Moody's informou nesta quarta-feira (13) que os atrasos contínuos do Brasil na distribuição de uma vacina contra o coronavírus irão aumentar os riscos negativos para a recuperação econômica projetada para este ano.
"À medida que vemos atrasos, isso aumentará o risco negativo para a recuperação", disse analista da agência, Samar Maziad.
A Moody's estima que a economia do Brasil cresça 3,3% este ano, após uma contração esperada de 5,7% para o ano passado. Para Maziad, o fim do auxílio emergencial pago a milhões de famílias no ano passado, no valor de quase R$ 300 bilhões pode desacelerar a recuperação e talvez fomentar a agitação social.
“A retirada da ajuda representa algum risco para a agitação social … (e) com o alto desemprego, há alguns riscos (para a economia). Mas não um risco elevado”, disse ela. "Os (principais) riscos continuam do lado fiscal."